A propriedade, de 37 mil hectares, dos quais 6 mil ocupados por pastagens terminam todos os bois em confinamento e essa modalidade de engorda também é favorecida pelo investimento em múltiplas culturas. Parte da produção de milho é redirecionada para a ração dos animais, o que permite à fazenda obter ganhos com a venda da safra para sua outra operação e reduzir despesas na pecuária, já que alguns custos não incidem sobre o produto em questão, como o frete.
A diretoria da fazenda considera as atividades como dois centros distintos de custos e de receitas. A diferença contábil visa a preservar o controle sobre os negócios da empresa. No entanto, As ato afirma que o fluxo de caixa é único, com os rendimentos do boi em confinamento ajudando na compra de adubos no segundo semestre, ao passo que a venda da safra de grãos contribui para minimizar o impacto da reposição dos animais.
A aposta em mais de uma atividade na fazenda é considerada pelo administrador uma estratégia para minimizar a volatilidade do clima sobre as produções. Segundo ele, a fazenda fica em região intermediária entre áreas de clima tropical e temperado, o que dificulta previsões meteorológicas e interfere no rendimento das atividades.
Limites
Por demandar uma gestão mais eficaz e o emprego de técnicas mais sofisticadas, a integração lava uradeve ser adotada por todos os produtores, segundo analistas. "A integração virou moda, mas, se o pecuarista não tem condições de aumentar o uso de tecnologias na fazenda, o ideal é que não o faça. Mas, se tiver interesse, é importante consultar especialistas", afirma Jairo Guido Filho, supervisor de pesquisa da Heringer.
O coordenador do Rally da Pecuária, Mauricio Nogueira, da Agroconsult, também defende que o modelo não pode ser adotado em todas as propriedades. "A integração é fantástica, mas não podemos torná-la uma solução para tudo. O Brasil é um país de muitos outros sistemas produtivos", diz.